Portal Para a Morte

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Sinais da Nulidade - 120




No momento da minha morte
meu espírito deve estar calmo.

Que chorem os não lucidos!
Chorem por qualquer motivo
seja triste ou alegre.
Que riam,
e se for possível aquela gargalhada.

Que meu túmulo
armazenem as lágrimas frias,
junto a minha solitude mortal
e sem sombras. . . planar.
Não me privem desta homenagem
fúnebre neste leito eterno de terra e pedra.

Deitada, adormecida
e cercada nesta vigília  
por aqueles que ainda caminham
à sombra do tempo.

Pouco à pouco
a casca rugosa do meu corpo
será eliminada.
Serei tragada pela terra escura.

As vozes cavernosas
dos túmulos ecoarão
pelo mundo frio e sombrio.

O medo do caminho
deixa o desconhecido... assustador.
E qualquer coisa é melhor
que as dores dos ossos marfíneos.

Os sinais da nulidade
estão ativos em meu corpo
sem movimentos.

Já não sou tão ranzinza e resmungona!!!

Quero que a vida me presentei
com uma morte serena
mesmo que eu não mereça
e que a minha velhice
tenha sido ou não humilhante.

                  Janice Adja

"Plágio é crime e está no Artigo 184 do Código Penal 9610 ."

Um comentário:

  1. Um poema forte, de quem sabe o que pede para a última hora, momento derradeiro.
    Um abraço, Janice.
    Pedro

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