Como a morte vai?
Quando a morte vem?
Onde a morte está agora?
Se ela vem e ...
por que ela vem?
Quero saber tudo.
Quanto tempo dura morrer?
Quanto tempo ainda tenho?
Se vou morrer
quero saber tudo.
Como morrer?
Por que morrerei?
Por quem morrerei?
Que morte terei?
Será que acertarei morrer?
Será?...
Janice Adja
"Plágio é crime e está no Artigo 184 do Código Penal".
Pois é amiga Janice, morte, eis o mistério da vida.
ResponderExcluirEste poema me trouxe à mente a música do Raul Seixas, Canto para minha morte, que eu tomei a liberdade de colar aqui. Desculpe-me pela ousadia.
Um abração. Tenhas um lindo dia.
Canto Para A Minha Morte
Raul Seixas
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Que bom você me lembrou deste tango.
ExcluirEle é lindo mesmo.
Obrigado.
Vivo pensando sobre a morte. Tanto seu texto, como a letra da música do Raul Seixas(não a conhecia) , são impressionantes. Se tiver curiosidade, vá até meu blog, Preenchendo o Vazio da Existência, e leia o post, "Sonho Macabro".
ResponderExcluirJá li. Gostei muito.
ResponderExcluirOlá Janice!
ResponderExcluirA morte quando vem trás sempre uma desculpa, é semelhante à vida que tem sempre uma razão para nascer.
Parabéns, gostei.
Beijinhos,
Cris Henriques
http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com
Faz parte dos vivos.
ExcluirBeijos!!